Você tem conseguido ouvir o seu desejo?

Numa sociedade em que vai sendo dito cada vez mais que não importa o que gostamos, mas sim o que precisa ser feito, que valoriza quando chegamos ao final do dia exaustos/as tentando segurar mil pratos para que possamos apenas sobreviver, em que condições sociais vão dificultando acesso de lazer, segurança e assim vai forçando ainda mais que a gente se exponha em busca do sustento, do essencial fica mesmo complicado poder pensar um pouco no nosso desejo. Pode até parecer muitas vezes egoísmo.

Mas, acreditem! Se não dermos um tempo nessas vozes vorazes sejam as externas ou nossas mesmo, iremos sucumbir ao sistema. E quando digo isso estou falando também de não ouvirmos quem somos, o que temos de necessidade, de prioridade e o que de verdade desejamos. Por vezes vamos nos deixando de lado por conta das inúmeras obrigações que temos, pelos papéis que achamos que precisamos manter e que cá entre nós, muitos deles precisamos mesmo.

O desejo é uma mola, ele fica ali e quando podemos dar espaço ele nos conecta conosco e nos impulsiona para a vida, para o que há de mais real em nós.

Nesse mês e semana em que celebramos o dia internacional das mulheres, fica mais ainda o convite para que então nós mulheres que socialmente somos ensinadas desde pequenas a esperar o desejo do outro primeiro, a procurar atender a isso e não ter nem condições de olharmos para nós como seres desejantes que possamos ir aos poucos nos ouvindo.

O que você deseja?

Ludmila A. Saar de C. Gontijo CRP 01/21396